Quem acompanhou o nosso roteiro de 15 dias pela Tailândia e Camboja viu que passamos 1 noite em Chiang Rai, uma pequena cidade no norte da Tailândia que faz parte do roteiro turístico comum, como um passeio de dia inteiro, mas poucos decidem se hospedar por lá. O que nos motivou a ficar hospedados lá é que o passeio bate-volta a partir de Chiang Mai seria cansativo e, já que a cidade tem aeroporto, por que não já chegar por lá e depois ir para Chiang Mai? Gostamos dessa escolha e hoje compartilho como foi o nosso curto período por lá.

Em Chiang Rai, norte da Tailândia. Foto: arquivo pessoal
Como chegar a Chiang Rai
Bom, se você não vai fazer um bate-volta de Chiang Mai, é possível voar direto para Chiang Rai ou ir de carro ou ônibus (não tenho certeza sobre trem). Não há dúvida: avião é o meio mais prático e rápido de chegar até a cidade e sim, é um pouco mais caro, mas você pode encontrar passagens com preços excelentes se olhar com antecedência – foi o que fizemos.
O aeroporto de Chiang Rai é bem pertinho da cidade e nós contratamos o próprio serviço do hotel para nos buscar. O taxista que eles mandaram cobrou 200 baht pela viagem. Se você não quiser combinar transporte, pode pegar um táxi lá mesmo (parece que há uma cooperativa de táxis, então o preço não deve variar) ou chamar um Uber.
- Veja aqui sobre os transportes na Tailândia
Hospedagem em Chiang Rai
Como estaríamos em Chiang Rai num domingo, dia da feirinha local, escolhi um hotel que fosse bem pertinho dela e pudéssemos ir a pé. Optamos pelo Nakaraj Princess, um hotel simples e exótico ao mesmo tempo. Eu confesso que, dentre as opções disponíveis, escolhi esse porque ele era realmente curioso: um prédio todo dourado, cheio de móveis meio vintage meio realeza. Fomos muito bem atendidos no hotel, mas eles falharam em alguns aspectos que não posso deixar de mencionar: o nosso quarto não estava pronto quando chegamos e ele não confirmaram o táxi que precisávamos pontualmente no outro dia pela manhã para ir visitar um templo. Tivemos que procurar outro e foi um apuro. O café da manhã também era beeeem fraquinho.
O quarto, como comentei, tinha uma decoração exótica. A cama era confortável e o banheiro OK. Eu recomendo se você vai passar também só 1 noite e acha engraçado se hospedar em lugares exóticos. O preço deles é excelente e a localização também: pertinho da feira e da estação de ônibus.

Hotel Nakaraj Princess, Chiang Rai. Foto: arquivo pessoal

Nosso quarto. Foto: arquivo pessoal

Nosso quarto. Foto: arquivo pessoal
Se você vai passar mais tempo em Chiang Rai ou quer escolher um hotel mais luxuoso, ou mais simples, há várias opções, no centro da cidade ou mais afastados. Deixo aqui a caixa de buscas do nosso parceiro Booking.com, onde você pode encontrar várias opções a preços excelentes e ainda contribuir com uma pequena comissão ao blog, sem aumentar em nada o preço final para você!
O que fazer em Chiang Rai
O principal ponto turístico de Chiang Rai é o Wat Rong Khun, ou White Temple. Foi esse templo a razão pela qual Chiang Rai não podia ter ficado de fora do nosso roteiro. Bom, esse templo é realmente muito interessante (e um tanto bizarro também), mas foi o Rong Suea Ten, ou Blue Temple que realmente me conquistou. Arrisco dizer, hoje, que voltei de viagem, que foi o mais bonito em que estive [óbvio, azul ser a minha cor favorita influencia muito nessa decisão].
Além desses dois templos, também fomos no Wat Phra Kaew e seu museu adjacente (Saengkaew Museum). O templo é bem pequeno, famoso por ter sido onde o Buda de Esmeralda (hoje em Bangkok) foi descoberto, em 1434. Hoje, no local, existe uma réplica do Buda em jade. O museu é pequeno, mas bem interessante, vale a visita. Gostamos de ter visitado esse local por ele ser pouco turístico. Ficamos sentados um bom tempo na entrada do templo, sob as árvores, só admirando a natureza e ouvindo os pássaros. Chiang Rai é muito tranquila, destino perfeito depois da agitada Bangkok.

Wat Phra Kaew, Chiang Rai. Foto: arquivo pessoal

Buda em jade. Foto: arquivo pessoal

Museu do templo. Foto: arquivo pessoal
Depois desse templo, fomos para o Blue Temple. Minha ideia inicial era ir no Baan Dam, Black House Museum, antes, mas não tivemos tempo suficiente, pois não havia Uber disponível na cidade e perdemos muito tempo esperando. Então, fica a dica: dá, sim, para ir nos 3 templos em uma tarde, mas você terá que combinar o transporte direitinho. Enfim, o Blue Temple foi tão maravilhoso que me deixou apaziguada de não ter ido no Black House. Chegamos lá no que eu considero a hora perfeita: ainda dia, perto do pôr do sol. Tiramos infinitas fotos do lado de fora e não tive pressa do lado de dentro. Eu realmente achei o templo lindo e não me cansava de observar cada detalhe, além de fazer as orações e agradecimentos. A hora do crepúsculo e o anoitecer no templo são lindos! Se puder, fique lá até essa hora.

Blue Temple de Chiang Rai. Foto: arquivo pessoal

Entrada do templo. Foto: arquivo pessoal

Interior do templo azul. Foto: arquivo pessoal

Blue Temple. Foto: arquivo pessoal

Rong Suea Ten. Foto: arquivo pessoal

Rong Suea Ten, Blue Temple. Foto: arquivo pessoal

Crepúsculo no Blue Temple. Foto: arquivo pessoal
À noite fomos para a feirinha e mercado noturno de Chiang Rai (Night Bazaar). Essa área é grande e mais ou menos dividia em 2 partes, que resumimos em 1) para os locais; 2) para os turistas. A parte dos locais é toda aberta, cheia de mesas de metal e cercada de barraquinhas de comida. Há um palco onde aconteciam apresentações de música e dança. Estava bem cheio e mal conseguimos um lugar para sentar. Comemos um delicioso noodles preparado na hora com os ingredientes que escolhíamos, a preços módicos. O mais legal dessa parte é observar a vida real dos moradores locais, que visitam a feirinha noturna aos domingos e ocupam grandes mesas com a família e amigos para uma refeição. Achamos super gostoso ficar lá comendo e fazendo essas observações culturais, mas não posso deixar de te aconselhar a escolher com cautela o que for comer, já que tinha muita coisa fresca e que não podemos garantir a procedência e higiene.
A segunda parte, até um pouco mais “chique” que a primeira, tem restaurantes grandes e comidas mais internacionais. Sentamos lá também depois de jantar para um drink enquanto víamos as apresentações culturais de lá. Compramos alguns souvenires e fomos caminhando para o hotel, super tranquilo.

Night Bazaar de Chiang Rai. Foto: arquivo pessoal

Comendo meu delicioso noodles sentada no tamborete na feira. Se tava gostoso? Muito! Foto: arquivo pessoal

Ingredientes para noodles na feira. Foto: arquivo pessoal

Barraquinha com tempura, peixe frito e insetos fritos. Sim, os locais comem isso, não é só pra turista ver. Foto: arquivo pessoal

Night Bazaar para toda a família. Foto: arquivo pessoal

Parte mais “chique” do Night Bazaar. Foto: arquivo pessoal

Palco com apresentações culturais na parte mais “chique”. Foto: arquivo pessoal
No outro dia pela manhã, fomos para o famoso White Temple. Pesquisei muito antes e vi que o ideal era estar lá na hora que o templo abrisse, às 8h, para evitar a multidão de turistas que o visitam todos os dias, especialmente as excursões de Chiang Mai, que chegam por volta de 10h. Chegamos umas 8:20 e ele já estava bem cheio, dificultando muito uma foto “sem pessoas”. Paciência, né? Mas imagino que mais tarde teria sido muito pior! O templo é sim, impressionante, mas foi um pouco frustrante pra mim. Ele é muito fotogênico, mas pouco interessante e empático, não sei se vocês vão conseguir entender. Ficamos ali uns 20 min e já voltamos para o hotel para pegar as malas e ir para o ponto de ônibus, de onde partiríamos para Chiang Mai.

White Temple de Chiang Rai. Foto: arquivo pessoal

Essas mãos saindo do chão pedindo socorro representam o inferno. É a entrada para o White Temple. Foto: arquivo pessoal

Antes de entrar no templo em si (é proibido fotografar lá dentro). Foto: arquivo pessoal

White Temple, ou Templo Branco. Foto: arquivo pessoal
Há outras atrações, inclusive templos, em Chiang Rai. Para apenas 1 dia na cidade, é impossível fazer mais que isso. Há quem faça um passeio até a Tríplice Fronteira (Golden Triangle), que fica a pouco mais de 1h de carro de distância, mas o que eu li a respeito não me animou muito.
O que NÃO fazer em Chiang Rai
Como vocês sabem, procuro ser muito cautelosa e verdadeira nas informações que passo a vocês e, quando falamos do norte da Tailândia, não posso deixar de mencionar a tribo das mulheres-girafa, conhecidas pelos seus pescoços cobertos de grandes argolas de metais. Elas são, na verdade, refugiadas do Myanmar e, uma vez na Tailândia, foram vistas pelo governo local como uma ótima oportunidade para usá-las no turismo. Em outras palavras: exploração, zoológico humano.
Eu não concordo com esse tipo de exploração (nem animal, nem humana) e me recuso veementemente a contribuir com isso. Se você visita um lugar assim, seja lá qual for a sua motivação, você está, sim, contribuindo para o cerceamento da liberdade dessas mulheres. É feio, gente, pensem bem. Além do mais, todos os relatos que li de pessoas que foram visitar esse lugar foi motivado pela chance de tirar uma foto com elas – “tão lindas e intrigantes”, é o que eu notei. Sério? Essa foto baseada na exploração humana é mesmo necessária? Se quiserem ler o relato de um blog que eu admiro muito e que há muitos anos visitou o local sem saber direito do que se tratava, mas depois entendeu que não é algo legal, cliquem aqui. Espero, dessa forma, estar contribuindo para a formação de leitores e viajantes mais críticos, humanos e respeitosos.
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