No nosso primeiro artigo sobre Salalah, comentei que fizemos um passeio pela região e que tinha valido muito a pena. Hoje, vou contar para vocês sobre esse tour.
Pesquisei pelo TripAdvisor e cheguei à empresa Oman Day Tours, que oferece passeios turísticos pelo país. O nosso contato foi por e-mail, sendo sempre rapidamente e cordialmente respondido. Fechamos o passeio “leste” e “oeste”, com duração de 8h para 4 pessoas. Hoje vou falar sobre a parte “leste” e no próximo artigo sobre a “oeste” – precisamos separar em dois porque eu não consigo economizar nas imagens e a página ficaria muito pesada com o conteúdo completo 🙂 Hehe.
No dia combinado, pontualmente às 8h da manhã, o motorista foi nos buscar no hotel. O carro era um 4×4 confortável e o nosso motorista/guia, Mohammed, era muito simpático, falava inglês bem e estava sempre disposto a nos explicar sobre os lugares e outras eventuais curiosidades nossas. Ele também nos deu algumas liberdades de escolha durante o tour e até me ajudou a praticar o árabe!

Praia de Taqah. Foto: arquivo pessoal
Taqah
Começamos o dia conhecendo a vila de pescadores de Taqah. A cidade é minúscula, de uma arquitetura bem característica da região e importante pelo comércio da sardinha; a praia é belíssima! Visitamos o Taqah Castle, a antiga residência do governador local, chamado de Wali, até os anos 70 do século XX. O castelo foi construído no século 19, é pequeno, mas bem conservado pelo turismo local, tendo se transformado em um interessante museu da história da região. O térreo do castelo possui uma prisão, uma sala de recepção, sala dos guardas e depósitos. No piso superior há torres de observação e os quartos da família do Wali.
Área externa do castelo:
Áreas internas do castelo: quarto da esposa do Wali e vasilhames:
Quartos dentro do castelo – detalhe para o bercinho no quarto das crianças, fofinho!
Áreas dentro do castelo:
Há muito mais coisas para ver dentro no Taqah Castle, mas não vou mostrar tudo para ser surpresa àqueles que forem visitar!
Ainda em Taqah, nosso guia nos levou a um mirante onde é possível ver toda a cidade e a praia da região. A vista é belíssima e vale muito a pena! Se tiver sorte, poderá avistar golfinhos no local.
Sumhuram
Depois, seguimos para o sítio arqueológico Khor Rori (antiga cidade de Sumhuram). As construções datam do século III AC e foram utilizadas até o século XIV. O local é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO (Terra do Frankincense). Sua localização estratégica fez do lugar o mais importante sítio de transporte (porto) e comércio da Rota do Incenso.
O lugar é de uma beleza e mistério únicos! A combinação das ruínas com a incrível beleza natural ao fundo fazem desse lugar um ponto de parada obrigatória aos que visitam a região. Recomendo fortemente que tenham um guia para explicar as ruínas.
Um exemplar da árvore de frankincense no meio das ruínas:
Pausa para agradecer a esse casal querido, Renata e Thiago, pela viagem deliciosa que fizemos. Aos que viajam com frequência sabem que a companhia é tão importante quanto o destino. Nossa viagem foi maravilhosa e isso também se deve a vocês. Agradecemos a companhia, paciência, risadas e as fotos lindas que tiraram da gente! <3 E que venham outros destinos!
Mirbat
Depois desse banho de história seguimos para Mirbat, a antiga capital da região de Dhofar e também o começo da Rota do Frankincense. A cidade é bem pequena, suas casas são de barro e ao andarmos pelas suas ruas temos aquela sensação de que o tempo parou – é muito especial!
A principal atividade comercial da cidade é a pesca:
Ruínas do antigo souk da região:
Em seguida, fomos visitar o mausoléu de Bin Ali, que foi um descendente do genro do Profeta Maomé. Acredita-se que Bin Ali morreu na região de Mirbat no ano 1160. O seu túmulo é hoje envolto por uma pequena mesquita toda branca, constrastando fortemente com o ambiente medieval: um cemitério de uma região com mais de mil anos de história.
A paisagem é quase surreal e o silêncio é notável. Para entrar na mesquita/mausoléu, tivemos que tirar os sapatos e cobrir nossas cabeças – nós, mulheres. Não era permitido fotografar no interior da mesquita. O túmulo era coberto por um tecido de veludo verde (parecido com o túmulo de Jó, que estará no próximo post). Havia várias pessoas lá dentro em oração e, constrangida pelas roupas que usávamos, aliado ao calor que fazia no dia, não ficamos muito tempo em seu interior, aproveitando mais para contemplar o cenário exterior, indiscutivelmente único para mim.

Criando uma sombra porque não estava fácil não
Passear por essa região foi certamente um dos passeios mais especiais que já fiz. É uma imersão de história e cenários incríveis o tempo todo. A presença de um motorista/guia também se mostrou fundamental para o rendimento do nosso tour. Como explicado, o dia estava na metade e ainda vimos muitas coisas depois de Mirbat, mas isso vai ser assunto para o próximo post! Beijo grande e até breve.