Há 5 anos, estava em minha 3ª viagem internacional. O destino era um país ainda pouco conhecido entre os brasileiros – ainda bem, de lá pra cá, isso tem mudado – a Bósnia e Herzegovina. A pergunta inevitável que vocês já devem estar se fazendo é: por que passar 1 mês nesse país? A resposta é simples: porque meu marido, à época namorado, estava lá a trabalho e a saudade era grande demais. Precisa de melhor motivo que esse? ♥
Então embarquei sozinha, de Brasília a São Paulo, de São Paulo a Istambul, de Istambul (Turquia) a Sarajevo (capital da Bósnia), em uma jornada super longa e cansativa. Carregava na mala, além de um monte de saudades (ounnn) as melhores roupas de frio que consegui arrumar. A neve, além do namorado, também estaria à minha espera. E essa, eu nunca tinha visto de perto até então.

Uma goiana toda feliz tomando a primeira neve na cabeça. Foto: arquivo pessoal

Alguns dias depois e muito mais neve na cabeça. Foto: arquivo pessoal
Chegando a Sarajevo
Os trechos aéreos que fiz foram esses que comentei anteriormente. A companhia utilizada para o trecho São Paulo – Istambul foi a Turkish Airlines; e Istambul – Sarajevo foi a B&H Airlines, companhia bósnia. Infelizmente, chegar a Sarajevo a partir do Brasil requer, pelo menos, 1 escala, mas muitas vezes duas. A escolha desse trecho foi puramente por uma questão financeira: era a mais barata. Marido, quando foi, fez escala em Lisboa e Viena, que também é outra rota comum para viajantes partindo do Brasil.
Há também a possibilidade de se chegar à Bósnia por via terrestre, principalmente por quem está partindo da Croácia e da Sérvia, os maiores vizinhos. Quando fui, porém, essa não era uma alternativa, pois com o inverno rigoroso não sabíamos se as estradas estariam liberadas. O que, de fato, aconteceu: durante o período em que estive lá, houve uma intensa nevasca e as estradas foram fechadas. Havíamos planejado conhecer Zagreb, o que teve que ficar para outra ocasião (que ainda não chegou! haha).

Neve na estrada no entorno de Sarajevo, Bósnia. Foto: arquivo pessoal
Hospedagem em Sarajevo
Marido ficou, no total, 3 meses no país. No “mês do meio” eu fiquei com ele lá. Durante o primeiro e o último mês, ele ficou em um hotel, o Hotel Europe (também fiquei uns dias lá no final da viagem). Mas, enquanto estava lá, ficamos a maior parte do tempo em um apê que alugamos online (ainda não existia Airbnb, ou, se existia, ainda não conhecíamos). Optamos por ficar em um apê para que pudéssemos cozinhar, lavar roupas etc. O nosso apê era super fofo e muito bem localizado (ai, que saudade…). O site, para quem quiser ver, é esse aqui. Nós ficamos no “center”.

Na nossa casinha em Sarajevo. Foto: arquivo pessoal
Nossa casinha era a 1 quadra do “Alta Shopping Center”, o nosso salvador durante os dias de nevasca ou frio intenso. No shopping, além de restaurantes, havia um mercado, onde comprávamos de tudo! A Bósnia de 5 anos atrás tinha todo tipo de comida/bebida no supermercado; hoje, acredito, deve estar ainda melhor. Os preços, então, eram super camaradas. Ai, Bósnia, como te amamos…
O Hotel Europe também é muito bom e bem localizado. O quarto era espaçoso, o café da manhã era farto. Pelo que me lembro, recomendo. O melhor lugar para se hospedar em Sarajevo é ali pelas redondezas desse hotel, perto da cidade antiga e do rio. Procure hospedagem também perto da Chama Eterna (Vječna vatra). Ali é uma boa área para restaurantes e compras. Para se locomover pela cidade, utilize táxis (são baratos), o bonde ou as pernas! Se você se hospedar por essa região, é possível que nem precise utilizar transporte dentro de Sarajevo mesmo, vai ser possível fazer tudo caminhando, como fizemos.
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O inverno na Bósnia
Minha viagem foi em janeiro e fevereiro de 2012. Auge do inverno europeu, muita neve e, inclusive, nevasca. Desde quando cheguei, a cidade já estava coberta de neve. Eu, que nunca tinha visto, adorei! O que era, porém, uma paisagem bonita, se tornou um transtorno para os habitantes locais: houve uma forte nevasca que parou a cidade. O bonde congelou no meio da rua. Somente as avenidas principais foram desobstruídas, enquanto as secundárias ficaram intransitáveis. Os carros foram totalmente cobertos pela neve. Algumas pessoas ficaram isoladas em suas casas, pois a neve cobriu as portas e janelas. Tudo fechou. Parecia um filme de apocalipse.

Pelas ruas de Sarajevo quando a nevasca começou. Foto: arquivo pessoal

“Old Town” de Sarajevo em dia de muita neve. Foto: arquivo pessoal

Atravessando a rua em dia de nevasca. Foto: arquivo pessoal

Durante a nevasca, as pessoas ficavam andando no meio da rua. Parece apocalipse ou não? Foto: arquivo pessoal

Nesse dia, os vizinhos tiveram que levantar cedo para desobstruir nossa rua e desenterrar os carros. Foto: arquivo pessoal

Aquele momento em que você desiste e vai para a rua de roupa de ski. Foto: arquivo pessoal

Queria ir ali na sacada do shopping… Ops, não dá! Foto: arquivo pessoal

Tem um bonde congelado no meio da rua. Foto: arquivo pessoal

Até os moradores locais estavam tirando foto da nevasca. Foto: arquivo pessoal
Para mim, tudo era novidade até então, mas quando vi que os próprios moradores saiam às ruas para tirar foto de como a cidade estava, aí me dei conta que se tratava de um evento que não acontece sempre. De fato, disseram que era a maior nevasca em 10 anos… Bom, se eu tinha desejo de ver neve, devo acreditar que ele foi fartamente atendido! Rs.
Por alguns dias vimos a neve cair intensamente pela janela. Aos poucos, só se via branco na rua. As pessoas começaram a lotar o supermercado em busca de água e alimentos. Com medo, fizemos o mesmo. Saímos às ruas de vez em quando para ver como estava. Confesso que achava divertido, era uma realidade muito diferente da minha. Era caótico, mas também era lindo. Sinto saudades de olhar pela janela e ver a neve caindo…

Neve acumulada no parapeito da janela = cerveja gelada. Foto: arquivo pessoal
Vale a pena conhecer a Bósnia?
A Bósnia possui uma vizinha muito famosa que, sem querer, acaba ofuscando o seu brilho: a Croácia. As imagens das lindas praias croatas já conquistaram muitos viajantes, que nem sempre saem do circuito dos Lagos de Plitvice, Split e Dubrovnik. Não que seja a minha intenção desmerecer esses lugares, pelo contrário, morro de vontade de conhecer, mas gostaria de incentivar os turistas a irem um pouco além e incluírem também a Bósnia em seus roteiros de viagem. Já é tão pertinho e não custa nada. Aliás, custa, mas custa pouco, porque a Bósnia é um país muito barato (ou costumava ser em 2012…).
Vale a pena conhecer a Bósnia, sim! É um país incrível, com uma história de fazer arrepiar, e chorar. As “marcas” dessa história ainda estão pela cidade, em seus vários prédios completamente fuzilados. Sarajevo é uma capital europeia interessantíssima, super charmosa. A comida da região é deliciosa, visitamos vários restaurantes durante esse tempo e não tivemos uma reclamação sequer. Creio que 2 dias são suficientes para conhecer os principais pontos turísticos de lá. Mostar, cidade mais ao sul famosa pela ponte Stari Most, também merece uma vista. As paisagens do norte do país são incríveis!

Passeio pela montanha em Sarajevo. Foto: arquivo pessoal

Mesquita e cemitério em Sarajevo. Foto: arquivo pessoal

Um dos vários restaurantes maravilhosos que visitamos em Sarajevo. Foto: arquivo pessoal

“Rosas de Sarajevo” são as marcas no chão da cidade provocadas por morteiros e que foram cobertas por resina vermelha. Foto: arquivo pessoal

Sarajevo, Bósnia e Herzegovina. Foto: arquivo pessoal
E há muito mais para falar e mostrar sobre esse país tão incrível do leste europeu. Esse pedacinho de terra definitivamente roubou meu coração! Morro de vontade de voltar lá durante o verão e conhecer uma nova “Sarajevo” que não seja gelada e branca. Enquanto isso, fico aqui só no saudosismo das memórias fotográficas, dividindo com vocês nossas melhores dicas e impressões. Até a próxima.