Mesmo já morando no Oriente Médio e sabendo as recomendações básicas de vestimentas em um país muçulmano, tive que quebrar a cabeça para fazer a mala da nossa viagem ao Egito e Jordânia, que aconteceu em dezembro de 2016. Isso porque o clima nos dois países seria bem diferente (Jordânia estaria mais frio) e teríamos dias de deserto, cruzeiro e praias, tudo na mesma viagem mala.
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Como se vestir no Egito, por Flávia Mendes. Foto: arquivo pessoal
Como se vestir na Jordânia em dezembro?
Fui comentando ao longo dos posts da Jordânia o que eu recomendava levar na mala, mas vou fazer um resumo aqui. O mês de dezembro é bem frio no país, podendo inclusive nevar. Não vimos neve, mas vimos muita chuva. Usei na viagem as mesmas roupas que usaria no inverno europeu: meia calça fio 80, meia térmica, calça que quebraria o vento, bota confortável, blusa segunda pele, camisa, tricô, casaco, cachecol e, às vezes, gorro e luva.
No Mar Morto, a temperatura é um pouco mais alta. Deu para entrar no mar de biquíni, sim, mas logo depois já coloquei uma roupa quentinha. No Wadi Rum, Petra e Jerash é importante colocar uma roupa que também seja confortável para caminhar. Ter uma capa de chuva ou guarda chuva na bolsa é uma excelente ideia nessa época! Botas impermeáveis também.
Embora ao pensarmos em Jordânia x deserto x Oriente Médio seja quase descabida a ideia de usar roupa de frio pesada, não se engane, o frio estava terrível (chegou a temperaturas negativas quando estávamos lá). Eu acabei comprando casaco e tricôs lá em Amã, pois não tinha levado algo tão pesado assim na mala…

Feliz com as minhas compras de roupa de frio em Amã. Foto: arquivo pessoal
Como se vestir no Egito em dezembro?
Já no Egito, não pegamos temperaturas tão baixas, mas, sim, a jaquetinha e o cachecol foram providenciais em vários momentos. Em Cairo e Alexandria, as temperaturas estavam amenas. Fazia um friozinho de manhã e também depois do pôr do sol e um calorzinho suportável nas horas de sol a pino. Em todos os dias nessas cidades eu usei calça + sapato fechado + camisa + agasalho (tricô ou jaqueta) + cachecol à disposição. A vantagem é que a própria roupa de frio já cumpria com as recomendações de vestimentas da religião local (cobrir ombros e joelhos).

Alexandria. Foto: arquivo pessoal
Como sapato, recomendo sapato fechado e confortável para todos os dias no Egito durante o inverno. Eu usei 4 sapatos por lá: uma botinha de cano curto e um sapato oxford (da foto acima) para fazer os passeios, 1 par de havaianas e 1 par de rasteirinha que usei dentro dos hotéis e do cruzeiro. Os sapatos fechados que levei eram muito confortáveis, pense nisso também! Levei e não usei: 1 par de sapatilhas, pois não era confortável o suficiente para fazer turismo, e nem cheguei a levar e não senti falta: salto alto.
Dica para o dia das pirâmides: nesse dia, a poeira vai ser DEMAIS! Eu recomendo fortemente que você use uma bota bem fechada e calça comprida. Não precisa exagerar nas roupas de cima, porque é quase impossível não sentir calor nas pirâmides, especialmente se você quiser entrar nelas (pense na temperatura abafada + cheio de gente + mil escadas). Nesse dia, fui de bota, calça, blusa de manguinha curta, jaqueta e cachecol. No começo do dia eu estava usando tudo, pois estava friozinho, nas horas de sol mais forte, só fiquei com a blusa de manguinha e SUEI quando entrei na pirâmide. A bota mudou de cor de tanta poeira, mas para a nossa sorte havia um serviço de limpeza de calçados no hotel – certamente porque todo mundo precisa limpar depois que chega desse passeio. Outra recomendação para esse dia é usar um chapéu/boné e não esquecer os óculos de sol e protetor, pois praticamente não há sombras nas áreas das pirâmides. O vento pode até estar frio, mas se você não se proteger do sol, vai se queimar muito.

Guardei a jaqueta na bolsa e a pashmina, que era cachecol, virou xale para proteger do sol. Foto: arquivo pessoal
Não pegamos temperaturas no Egito que precisássemos de casaco, roupas térmicas, toucas ou luvas. Para nós, durante o período que estávamos lá, calça comprida + jaqueta para quebrar o vento + cachecol ou pashmina já cumpriam bem o papel. No Cruzeiro do Nilo e em Hurghada, onde o vento vai ser o seu principal “problema”, o cachecol, inclusive para os homens, é um item super necessário. Afinal, você não quer arrumar uma dor de garganta no meio da viagem, né? Já basta a dor de barriga que quase inevitavelmente você terá.

No barco em Hurghada: roupa de neoprene, camisa comprida como saída de praia e cachecol. Foto: arquivo pessoal
A pashmina será a sua melhor amiga em uma viagem ao Oriente Médio: ela servirá como cachecol, pode cobrir o decote, pode servir como xale, pode cobrir os ombros quando o lugar pedir, cabe fácil na bolsa etc. Eu sempre levo pelo menos 1 pashmina para qualquer viagem, de uma cor bem neutra, para poder usar de diferentes formas. Nas fotos abaixo, mostro usando a minha pashmina preta como xale, como turbante, como cachecol, como véu e até como adereço na fantasia egípcia do marido!

Pashmina preta como xale no barco em Aswan. Foto: arquivo pessoal

Pashmina preta como turbante em Luxor. Foto: arquivo pessoal

Pashmina preta como cachecol. Foto: arquivo pessoal

Pashmina preta protegendo a cabeça e os ouvidos no frio. Foto: arquivo pessoal

Pashmina como adereço na fantasia de egípcio do marido. Foto: arquivo pessoal
Ainda no Cruzeiro, onde você estará basicamente com turistas 100% do tempo, no próprio barco e nos templos, você pode ficar mais tranquilo em relação às normas de vestimenta. Dentro do barco não é frio (a não ser no convés) e não precisávamos de agasalho. Nos templos, porém, tínhamos que nos proteger do friozinho e do vento. No passeio de balão, especialmente porque é ainda muito cedo, faz um friozinho considerável. Nesse dia, usei touca, que ajudou, inclusive, a proteger o meu cabelo do óleo que respingava do balão.

Balão em Luxor. Foto: arquivo pessoal
Em Hurghada, desejamos muito uma temperatura mais quente. Não conseguimos aproveitar a praia e as piscinas do hotel e, durante o passeio de barco, a temperatura do mar estava boa, mas fora da água era congelante. Por isso, acho que se o seu intuito é ir para o Egito somente para aproveitar o Mar Vermelho, é melhor ir em outra época mais agradável.
Para os homens, que costumam ser menos friorentos, uma calça jeans, camiseta e uma jaqueta bem levinha para quebrar o vento são suficientes! Em alguns dias os meninos usaram inclusive bermudas, numa boa. O cachecol, nos momentos em que falei anteriormente, também serão úteis! Como sapato, também recomendo botas nos dias de templos e pirâmides e outro sapato confortável (sapatilhas ou tênis) nos outros passeios. Não é necessário colocar camisa social de manga comprida ou sapato social – pelo menos não vimos nenhuma ocasião em que isso fosse necessário.

Luxor: bem agasalhados durante a manhã. Foto: arquivo pessoal
Nós mandamos a roupa para a lavanderia do hotel por 2 vezes na viagem (que durou 15 dias), uma em Cairo e a outra no cruzeiro. Principalmente no Egito, que a poeira e a poluição são demais, acho difícil você conseguir repetir a roupa sem lavar. Achamos o serviço de lavanderia com o preço razoável e foi essencial ter lavado algumas peças, que acabamos usando de novo na viagem.
Vale a pena ir para o Egito no inverno?
Vou considerar ~tecnicamente~ aqui que nossa viagem foi durante o inverno, pois eram as últimas semanas do outono do hemisfério norte. Para nós, que já temos a nossa cota anual de calor em Abu Dhabi, foi muito agradável viajar para o Egito nessa época. Quem vai nos meses mais quentes, sofre.
Eu, pessoalmente, prefiro carregar uma mochilinha para guardar a jaqueta e o cachecol, se for o caso, no inverno, a morrer de calor o dia inteiro no verão. Como exemplo, nas fotos abaixo, que foram no mesmo dia: durante a manhã, em Abu Simbel, fazia friozinho e estava de blusa + camisa quentinha + jaqueta + cachecol; à tarde, no passeio de barco em Aswan, tirei a jaqueta e o cachecol e dobrei a manga da camisa.

Abu Simbel. Foto: arquivo pessoal

Passeio de barco em Aswan. Foto: arquivo pessoal
Se você pensa como eu, que é melhor passar frio a calor, então os meses de inverno são perfeitos para você conhecer o Egito. Já se estiver indo principalmente para as praias e não se incomoda muito com calor, vá durante a primavera ou começo do outono. O verão eu não sou capaz de indicar para ninguém. Considere isso um conselho amigo!
Espero que aproveitem as dicas e, qualquer dúvida, deixem nos comentários que tentaremos responder! Até a próxima!