Se tem algo que ficará para sempre em nossas memórias sobre a viagem ao Egito é o passeio de balão que fizemos em Luxor. Do nosso grupo de 4 pessoas, nenhuma havia feito esse passeio antes e o medinho medão foi inevitável. Mas valeu a pena! Ah, se valeu…
Contratando o passeio de balão em Luxor
Logo que comecei a pesquisar sobre a viagem do Egito, vi sobre o passeio de balão que é feito comumente no nascer do sol, em Luxor, sobrevoando o Vale dos Reis (onde estão as tumbas dos faraós). Os comentários eram sempre positivos e as fotos belíssimas. Passeios de balão costumam ser caros, mas esse estava com um preço super camarada (acho que 50 usd por cabeça, em média) e achei que não poderíamos perder essa chance. Comuniquei à empresa que contratamos para fazer os nossos tours pelo Egito, manifestando o nosso interesse em fazer esse passeio e eles cuidaram de tudo.

Balão no Egito. Foto: arquivo pessoal
Como eles estavam responsáveis por programar todos os nossos passeios da viagem, eles mesmos se incumbiram de agendar o balão para a data certa. Chegamos em Luxor na véspera, finalizando o cruzeiro pelo Nilo, daí dormimos a 3ª e última noite no cruzeiro, deixando-o às 4h da manhã para fazer o voo. Não sei dizer se é possível – ou como – contratar diretamente a empresa do balão. Caso resolva seguir por esse caminho, lembre-se de incluir o transporte do hotel para o lugar de onde partem os voos.
No nosso caso, a empresa de turismo tomou conta de cada detalhe e o nosso único trabalho foi acordar de madrugada. Todos os transportes já estavam arranjados e acho que foi um excelente custo-benefício.
Como foi o passeio de balão em Luxor
Depois de deixar o cruzeiro, pegamos uma van e fomos até o lugar onde estava um barco que nos levaria à outra margem do Nilo (margem ocidental). No barco, nos entregaram um contrato, onde tivemos que assinar para fazer o passeio. Havia outras pessoas ali também que fariam o voo. Eles disponibilizaram chá e café aos turistas.

Enchendo os balões. Foto: arquivo pessoal
A travessia do Nilo é bem rápida e, logo que chegamos à outra margem, pegamos outra van, que nos levou ao lugar de onde partem os balões. Para a nossa surpresa, havia muitos balões e alguns deles estavam quase prontos para voar. Ficamos por ali, observando as pessoas encherem os balões e depois voarem, até que chegou a nossa vez.
Não vou mentir: bateu um certo pânico. Apesar de ser seguro e profissional, acidentes podem, sim, acontecer. E juntando isso ao fato de que nós nunca havíamos voado de balão, não conseguimos disfarçar a cara de pavor.

A cara de pânico. Foto: arquivo pessoal

Começou a subir! Foto: arquivo pessoal
A cesta do balão comportava umas 15 a 20 pessoas. As pessoas são distribuídas nos compartimentos de acordo com o peso – porque, claro, não queremos que ele fique inclinado lá em cima, né? Antes de voar, o piloto se apresentou e, graças a Deus, senti bastante confiança nele. Rezei e entreguei pra Deus, porque era só o que eu poderia fazer.
O que achei do voo do balão
A subida foi tensa. Ver que a gente está se afastando do solo dá um desespero do tipo “agora já era!”. Quando o nosso balão subiu, já havia vários no céu e o sol estava quase nascendo. Balões só conseguem se movimentar para cima e para baixo e acho que esse foi um dos maiores motivos da minha aflição: com tantos balões no céu, e sem “volante” para mudar a direção, o que acontece se a gente colidir com outro balão? Bom, a resposta para isso não é bacana e, ainda bem, nada disso aconteceu.

Durante a subida. Foto: arquivo pessoal

Foto: arquivo pessoal
Para evitar colisões, às vezes o nosso balão subia muito e outras vezes ficava mais embaixo. Sabem qual é a sensação de voar de balão? entrega! Eu sei que ao voar de avião também precisamos confiar no piloto e no avião em si, mas, no caso do balão, nós não poderíamos contar com aparelhos super modernos que poderiam nos salvar. Está tudo nas mãos do piloto e de sua experiência.

Nosso piloto. Foto: arquivo pessoal

Foto: arquivo pessoal
Tirando a parte do medo, a vista desse passeio de balão pelo Vale dos Reis é fantástica! De um lado, temos o Vale dos Reis, do outro, o Nilo (onde o sol nasceu). Pudemos ver claramente a margem fértil do Nilo, contrastando com a paisagem desértica do Egito. O sol nascendo no horizonte, o céu mudando de cor e os outros balões formavam uma paisagem linda e inesquecível. Foi muito especial…

Sol quase nascendo. Foto: arquivo pessoal

Sol nascendo no Rio Nilo. Foto: arquivo pessoal

Vale dos Reis, Luxor. Foto: arquivo pessoal

Templo de Hatshepsut visto do Balão. Foto: arquivo pessoal

Contraste terra fértil e deserto em Luxor. Foto: arquivo pessoal
Eu evitei ficar na borda da cesta e ainda mais olhar para baixo. Não sou uma pessoa que tem muito medo de altura, mas a ausência de “proteção” do balão é angustiante. Atenção: se você tem medo de altura, de avião ou de qualquer coisa do tipo, passeios de balão definitivamente não são para você! Quando estamos em um avião, por ele ser fechado, às vezes nem lembramos o quão alto ele está; no balão, você não terá oportunidade de se esquecer desse “detalhe”. Vai ser pânico na certa!
Safe and sound
Finalmente, depois de uns 40 minutos no ar, nosso balão foi descendo devagar até que repousou no solo. A descida também foi um pouco tensa, porque vimos um balão passando perto dos fios de alta tensão e o nosso estava indo rumo a um barranco – sorte, ou experiência, que o piloto parou um pouco antes. Logo que ele pousa, vários homens se encarregam de segurar o balão para que a gente possa descer em segurança.
Sãos e salvos, ficamos felizes com a nossa experiência de voo de balão e mais ainda pela visão extraordinária que tivemos lá do alto.

Foto: arquivo pessoal

De volta ao solo! Foto: arquivo pessoal

Homens segurando o balão. Foto: arquivo pessoal
Sem dúvida, recomendo esse passeio a quem estiver em Luxor! Depois do voo, pegamos novamente a van e fomos para o Vale dos Reis, ver de perto o que vimos do alto. Geralmente, as pessoas combinam esses dois passeios em uma manhã, como fizemos.
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