Planejar uma viagem e fechar um roteiro de 2 semanas em um país megadiverso como a Indonésia não foi tarefa fácil. O país é formado por mais de 17.500 ilhas (!!!) e, apesar de ser o mais populoso de maioria muçulmana do mundo, abriga outras religiões com significativa importância, onde destacamos o Hinduísmo, em Bali. Além do fator cultural e religioso, o país foi abençoado por todos os deuses com memoráveis belezas naturais. Colocando tudo isso em jogo, 1 encarnação não é suficiente para conhecer e aproveitar tudo que o lugar pode proporcionar.
Mesmo assim eu queria ir, claro. E embora o tempo fosse curto, fazia questão de 3 coisas: Bali, praia bonita e dragões de Komodo. Não importava o que a gente fosse aprontar nesse roteiro, não abriria mão de ter uma experiência com esses 3 itens. Marido foi compelido a concordar – não mandei deixar eu organizar a viagem sozinha 😛

No arquipélago de Komodo! Uma imensa alegria ter conhecido esse lugar. Foto: arquivo pessoal
A primeira ideia que tive foi chegar por Jacarta, ir até Yogyakarta, depois Bali, depois ilhas Gili, depois barco até Komodo. Mas logo vi que não era possível: era muita coisa para poucos dias. Furou! Precisávamos cortar algo e com um imenso pesar no coração, deixei Yogyakarta para uma próxima ocasião.
Finalizada a escolha dos lugares que visitaríamos, escolhemos os voos ida-volta saindo de Abu Dhabi, fazendo escala em Kuala Lumpur e indo para Denpasar, em Bali. O trecho AUH – KUL foi operado pela Etihad Airways e o KUL – DPS pela Malaysia Airlines. Além disso, compramos antecipadamente 2 voos internos, entre Lombok e Labuan Bajo, operados pela Lion Air.
Brasileiros não precisam de visto antecipado para entrar na Indonésia.

Apresentação de dança balinesa. Foto: arquivo pessoal
O roteiro
Escolhemos, no fim das contas, fechar o roteiro em Bali, Gili Trawangan, Lombok e Labuan Bajo, em Flores (ponto de partida para ir até a ilha de Komodo), nessa ordem. Seriam:
- 6 noites em Bali (todas em Ubud, no mesmo hotel);
- 2 noites em Gili Trawangan
- 2 noites em Senggigi (Lombok)
- 3 noites em Labuan Bajo (Flores)
- 1 noite em Bali (Kuta)
Mas como ficou, na prática, por forças maiores:
- 6 noites em Bali (Ubud)
- 2 noites em Gili Trawangan
- 2 noites em Senggigi (Lombok)
- 1 noite em Bali (Kuta)
- 2 noites em Labuan Bajo (Flores)
- 1 noite em Bali (Kuta)
O motivo da mudança? A safada da Lion Air cancelou nosso voo Bali – Labuan Bajo. Depois vou tomar um calmante e faço um artigo, com mais detalhes.
Minhas impressões pós viagem
Acho que fizemos boas escolhas, no geral. Não mudamos tanto de cidade, os deslocamentos entre as cidades/ilhas eram fáceis e era tempo suficiente para ver o essencial em cada lugar. Se mudaria algo? Acho que sim, vamos a algumas considerações:
Menos que 7 noites em Bali é pouco, muito pouco, não faça isso! Como falei nesse artigo, a ilha é maior do que parece e as distâncias entre os pontos turísticos são consideráveis. Além disso, as estradas são como “ruas” normais, de mão dupla, cheia de carros e motos, então você não vai andar a 100km de um ponto a outro. Há muita coisa para ver na ilha e a maioria é imperdível, uma vez que você já está lá. Nas pesquisas que fiz antes da viagem, vi que as pessoas que ficaram lá menos de 1 semana também reclamaram pelos mesmos motivos. Portanto, não seja teimoso: guarde pelo menos 1 semana SÓ em Bali. E se prepare: se quiser mesmo ver os pontos interessantes da ilha, terá que se deslocar muito dentro dela (sobre os transportes, falaremos em outra oportunidade).

Em Bali, depois de assistir a uma apresentação de dança típica. Foto: arquivo pessoal
Considero os lugares que visitamos em Bali essenciais e farei posts mais detalhados sobre cada um deles aos poucos. Mas, não conseguimos ver tudo que queríamos em nossos dias por lá – e teríamos aproveitado melhor alguns lugares que visitamos. Se pudesse recomentar um tempo ótimo na ilha, SOMENTE na ilha de Bali, eu diria 15 dias. Assim, daria tempo de visitar os principais templos com mais calma e aproveitar alguns dias de praia, cachoeira, matas, vulcões…
Gili Trawangan foi um sonho. Só que o sonho durou muito pouco. As 2 noites que ficamos lá foram ótimas, mas acho que ficaria 1 a mais! Não que esse tempo não seja suficiente para aproveitar a ilha, mas porque quando chegamos lá, também queríamos ficar “sem fazer nada” e acabamos não fazendo algumas coisas que queríamos, como dar a volta completa na ilha. Logo, 1 noite a mais, para o nosso ritmo preguiçoso, teria sido mais proveitoso.

Nossos dias preguiçosos em Gili T., tomando cerveja, comendo petisco e admirando o pôr do sol. Foto: arquivo pessoal

E QUE pôr do sol! Foto: arquivo pessoal
As duas noites em Lombok são contraditórias. Vimos umas coisas bem interessantes (inclusive as ruins, que apesar de ruins, não deixam de ser uma experiência relevante), mas ao mesmo tempo penso que daria para ter “pulado” Lombok no nosso roteiro apertado. Como disse, é difícil bater o martelo, já que eu já fui, mas sugiro a você, que também tem um roteiro mais apertado, averiguar se precisa mesmo passar na ilha. Depois, quando fizer os posts detalhados desses dias, acho que vocês entenderão melhor.

Praia no sul de Lombok. É linda? É. Mas tava suja… Foto: arquivo pessoal
Já as 3 noites em Labuan Bajo seriam perfeitas, se não fosse pelo furo do voo. De todo jeito, o principal era ir até a ilha de Komodo e conseguimos, mesmo com 1 diária a menos. Então, se quiser incluir Komodo em seu roteiro, reserve pelo menos 2 diárias em Labuan Bajo, por garantia.
A noite extra em Bali, que antecedia o nosso voo da volta, também foi uma boa escolha. Percebemos isso logo após o incidente do voo perdido – vai que acontecia na volta também? Perderíamos o voo para Abu Dhabi! Então, caso o seu roteiro inclua voos domésticos antes de voos internacionais, sugiro fortemente que não sejam no mesmo dia. No fim das contas, a noite extra em Bali foi super legal, pois ficamos hospedados em outra região – claro, depois vai ter post só sobre isso, com todos os detalhes.
Resumo da ópera: a viagem foi boa? Foi ótima! As escolhas foram acertadas? Creio que sim. E como já falei, é difícil dizer se mudaria MESMO alguma coisa. Afinal, eu nunca tinha ido à Indonésia e não tinha como saber ao certo como seriam alguns lugares – especialmente Lombok, que não tem muita informação.

Só de ter visto o marido de sarong já valeu a viagem! Hehe. Foto: arquivo pessoal
Roteiro é algo muito pessoal – óbvio, para quem viaja com frequência, mas acho que podemos tirar boas lições dos roteiros alheios, especialmente para não cometermos os mesmos erros (como a atenção redobrada aos voos domésticos, nesse caso). Eu sempre confiro várias fontes antes de montar meu próprio roteiro e, obrigada Google, tem dado muito certo, pois mais acertamos que erramos! Hehe.
Espero que possam aproveitar essas dicas e acompanhem os nossos artigos sobre a Indonésia! Qualquer dúvida, deixem nos comentários que posso tentar dar os meus pitacos! Beijo grande 🙂